quinta-feira


Eta Brasilzão brabo!!!

A canção Meu País, interpretada pela dupla sertaneja Zezé di Camargo & Luciano, de autoria do próprio Zezé, é magnífica. Antes de mais nada, os irmãos goianos já têm contra si esse “estigma” de dupla caipira, que não vai de encontro ao gosto refinado e elitista que uma parcela da sociedade faz questão de ostentar.
Mesmo diante desse quadro reverso, eles não se intimidaram e gravaram uma música que, guardadas as devidas proporções, trata-se de um singelo, porém grandioso gesto de indignação e revolta com a situação do nosso país. Infelizmente a letra parece cada dia mais atual, mesmo tendo sido feita há mais de uma década, fato que surpreende os mais desavisados, mas esses problemas existem e se arrastam há muito mais tempo!
Traçando um paralelo modesto, qualquer um nota o enfoque buscado na canção. O assunto em pauta é o descaso com que nossos governantes tratam questões prioritárias. Além disso, existe a “ponte” que cita o quanto nosso povo é trabalhador e esforçado, sem contar os recursos naturais ímpares que a natureza nos oferece. Diante disso, não há espaço ou artifícios para desculpas que justifiquem a situação precária vivida pela esmagadora maioria da população. Trechos como “tem alguém levando o lucro, tem alguém colhendo o fruto, sem saber o que é plantar”, remetem à questão agrária, intensificando e sintetizando fielmente as atitudes de políticos corruptos e irresponsáveis.
O parágrafo seguinte diz “tá faltando consciência, tá sobrando paciência, tá faltando alguém gritar” e retrata a alienação e o despreparo de um povo que, infelizmente, não teve ao seu alcance a oportunidade de adquirir princípios educacionais básicos. Um povo politizado é um povo forte e consciente de suas decisões e do poder que detém nas mãos.
Ignorância e carência desses requisitos mínimos de conhecimento citados acima tornam o Brasil uma terra fértil para proliferação desses atos escusos e destes desmandos provocados por pessoas má-intencionadas.
Enfim, o que permanece é pelo menos a tentativa, por meio da música, que é um instrumento por demais abrangente e capaz de despertar o sentimento de luta contra determinadas situações, para diversos povos, de alertar a população, “abrir os olhos” de quem é o maior prejudicado nisso tudo, nós brasileiros, que pagamos nossos impostos e cumprimos com nossas obrigações. No entanto, não recebemos de volta o básico que qualquer eleitor espera de seu representante: vontade política, honestidade, atitudes que propiciem o desenvolvimento e a evolução do país como um todo e para todos. O que vemos hoje são apenas interesses partidários ou pessoais sendo discutidos, privilegiando uma minoria abastada e dominante.

Fernando Corrêa
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