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quinta-feira


Admirável gado novo”, inadmissível condição velha!

Essa música, talvez pela excelente interpretação de Zé Ramalho, me faz lembrar do povo do nordeste brasileiro, região de grande potencial financeiro, cujo povo enfrenta as maiores adversidades desde tenra idade. A luta contra a seca e a miséria é uma constante. A única saída para muitos é partir para o sul, terra das ditas oportunidades.

Na visão limitada dos retirantes, haverá emprego e renda para todos aqui; na realidade, sabemos que não é assim. O mercado de trabalho de uma metrópole como São Paulo é concorridíssimo, restando apenas trabalhos onde a mão-de-obra braçal é “valorizada”, desprezando-se cargos mais qualificados com salários maiores que pedem qualificações, características que os retirantes mesmos não possuem ou, na sua maioria, nem sequer tiveram acesso.

Outro fator interessante é a metáfora que tem como exemplo o gado. Uma fazenda possui vastos pastos, onde se criam gados para o abate. O animal leva uma vida sem nenhum conforto, apenas com o necessário para sua sobrevivência e assim poder vir a gerar lucro para o fazendeiro que o alimentou.

O segundo verso nos conduz à engrenagem do funcionamento de uma grande cidade que, imprime uma enorme velocidade e dinamismo no cotidiano das pessoas. Inclusive na música, usa-se essa palavra: “toda essa engrenagem que já sente a ferrugem lhe comer”, lembrando do desgaste e dos problemas de uma grande cidade.

Por fim, retrata-se a esperança e o anseio de se buscar novos caminhos, melhores condições e qualidade de vida. Há ainda uma metáfora com a “Arca de Noé” e aponta o dirigível como a saída de um mundo que viria a acabar. O refrão sintetiza a mensagem da canção: “Povo marcado, eh! Povo feliz”.

Fernando Corrêa

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E O PODCAST SAIU!!!

Conversamos um pouco sobre as vertentes do rap, quem trata de conscientização, problemas sociais e realidade pública, e quem está preocupado em mostrar à mídia sua mansão, seu "aro blindado de trator" no carro da garagem e suas garotas de biquini.

Pop Rap e Rap tradicional, sob o enfoque do Nas Entrelinhas do Som.

Confiram!!!



Sérgio de Oliveira Júnior
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Isso é Brasil!

Comunidade Carente, samba gravado por Zeca Pagodinho, pode parecer folclórico e, até certo ponto, engraçado. No entanto, apesar da aparente descontração que a música tenta passar, ela retrata, com muita fidelidade, uma prática comum por parte dos políticos brasileiros. Na proximidade das eleições, os “representantes do povo” se apresentam perante os eleitores, prometendo mundos e fundos, principalmente para os mais carentes. Os “agrados” variam muito, mas geralmente são brindes como régua, calendários, artigos pessoais, além das velhas promessas de asfaltamento de rua, melhorias em hospitais, escolas, construção de novas habitações, etc.


A raiz desse problema é educacional. Uma população sem informação escolhe mal seus governantes e, conseqüentemente, isso se reflete na qualidade e nas atitudes desses políticos. Programas assistencialistas, que, ao invés de darem oportunidades, apenas criam uma maior dependência por parte dos beneficiados.

É interessante o tema abordado na música, pela maneira leve e descompromissada como é apresentado. Nos remete à realidade dos morros, onde o samba de raiz nasce; daí, talvez, entenda-se o porquê de um retrato tão fiel.

Uma pesquisa informal de um programa de variedades alertou para um fato preocupante. A maioria da população acompanha “reality shows”, novelas, etc. Porém, a maioria desconhece o nome de representantes importantíssimos, como o vice-presidente da república ou membros de cargos executivos do governo. Além disso, a minoria recorda-se sobre os representantes em quem votaram nas últimas eleições. É lamentável esse aspecto da cultura brasileira, e fica o aviso: já que estamos na iminência de novas eleições, valorize e tenha consciência do poder e da importância do seu voto!

Fernando Corrêa
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