quinta-feira

Isso é Brasil!

Comunidade Carente, samba gravado por Zeca Pagodinho, pode parecer folclórico e, até certo ponto, engraçado. No entanto, apesar da aparente descontração que a música tenta passar, ela retrata, com muita fidelidade, uma prática comum por parte dos políticos brasileiros. Na proximidade das eleições, os “representantes do povo” se apresentam perante os eleitores, prometendo mundos e fundos, principalmente para os mais carentes. Os “agrados” variam muito, mas geralmente são brindes como régua, calendários, artigos pessoais, além das velhas promessas de asfaltamento de rua, melhorias em hospitais, escolas, construção de novas habitações, etc.


A raiz desse problema é educacional. Uma população sem informação escolhe mal seus governantes e, conseqüentemente, isso se reflete na qualidade e nas atitudes desses políticos. Programas assistencialistas, que, ao invés de darem oportunidades, apenas criam uma maior dependência por parte dos beneficiados.

É interessante o tema abordado na música, pela maneira leve e descompromissada como é apresentado. Nos remete à realidade dos morros, onde o samba de raiz nasce; daí, talvez, entenda-se o porquê de um retrato tão fiel.

Uma pesquisa informal de um programa de variedades alertou para um fato preocupante. A maioria da população acompanha “reality shows”, novelas, etc. Porém, a maioria desconhece o nome de representantes importantíssimos, como o vice-presidente da república ou membros de cargos executivos do governo. Além disso, a minoria recorda-se sobre os representantes em quem votaram nas últimas eleições. É lamentável esse aspecto da cultura brasileira, e fica o aviso: já que estamos na iminência de novas eleições, valorize e tenha consciência do poder e da importância do seu voto!

Fernando Corrêa
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Um comentário:

Lu A. disse...

Bom apontamento, Fernando. As eleições chegando aí e a mesma ladaínha se repetindo... e, como sempre, um artísta midiático ou outro tentando fazer a sua parte.
Mas eu não acho que a questão problemática é a educação. Se assim fosse, advogados não roubariam, médicos e professores não seriam "rasos". Será que só a educação faria com que o povo fosse mais politizado e crítico? Mais consiente? Menos alienado e inocente? Não consigo acreditar, uma vez que até nos bancos universitários vejo jovens desinteressados com a política brasileira, apenas repetindo certas opiniões sensacionalistas que escutaram no Jornal Nacional.
Penso que o problema é bem maior.

Beijo. Lu...