quinta-feira

Justificadamente sobre tragédias

São Paulo, 17 de dezembro de 2005. Primeiro show do Caliban no Brasil

It's Our Burden to Bleed, que pode ser traduzida como "Esse é Nosso Fardo a Sangrar", nos faz pôr as mãos no latão pútrido dos lixos referentes à existência humana.



No
clipe da música, cenas que retratam avareza, luxúria, soberba e outros trazem à tona assuntos dos quais ninguém quer tratar. E isso é interessante, visto que há muito preconceito referente às bandas de metal e aos temas apresentados por elas, fora a censura que assolou (e assola) diversos artistas do rock e suas vertentes.


Caliban, banda alemã formada em 1997 com o nome de Never Again, escreve letras que se diferenciam do senso comum que se imagina sobre o gênero pesado de música que eles tocam. Por trás dos berros e urros, alternados com vozes limpas e afinadas, encontram-se letras de interpretações diversas, subjetivas e ricas. O próprio nome da banda deriva do escravo deformado de "A Tempestade", última obra escrita por William Shakespeare, em 1613. Porém, nas conversas dos "bem aventurados e corretos cidadãos", confundem-se termos como "metaleiros", "headbangers" ou ainda "góticos", generalizando a opinião pública formada sobre os que ouvem metal como "rebeldes vestidos de preto que só falam de morte e tragédia". Toda essa situação impede que sejam demonstradas as individualidades de cada pessoa, sua história, sua bagagem de vida e de cultura, além de esquecer toda a variedade que compõe os "sub-estilos" dentro do metal.


Os cinco jovens alemães do Caliban formam uma das mais antigas bandas representantes do metal-core europeu e provam que a música de peso atual não restringe sua abordagem a simples temas obscuros que o homem desconhece ou sobre os quais apenas divaga. Eles trazem prontos sete álbuns e dois splits, ambos com a também alemã Heaven Shall Burn. De acordo com a postagem de 3 de fevereiro de 2008, no site oficial da banda, é prevista a vinda deles ao Brasil ainda no ano presente.


É como a previsão do apocalipse interior, do fim dos tempos dentro de cada ser, do acerto de contas, do "juízo final". Caliban põe-se não no lugar de quem deve julgar, mas no de informar que o julgamento está próximo.


Sérgio de Oliveira Júnior
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Um comentário:

Anônimo disse...

Serginho, vi o clipe que você postou e gostei. :D
A galera confunde bastante mesmo as tribos do pessoas haiahiuahaui.
Booooa sorte com o blog.
Beeeijos,
Fani.